Para falarmos sobre as tendências da escola do futuro, não poderíamos deixar de apontar a transformação digital como protagonista nesse processo.
Afinal, é fato que a tecnologia já faz parte de diversos segmentos do nosso cotidiano, como entretenimento, comunicação, lazer e consumo. Assim, ela não poderia ficar de fora do âmbito educacional e já propõe mudanças tanto nos processos de ensino quanto na gestão escolar.
Para isso, é necessário enfrentar alguns entraves, como infraestrutura, conectividade e formação docente. Os professores, em sua maioria, somente tiveram contato com as ferramentas on-line na idade adulta, então é comum que sintam alguma dificuldade no meio digital.
Continue lendo este artigo e descubra se a sua instituição já está no caminho certo ou mesmo apta a adotar essas dicas para se tornar uma escola do futuro, em conformidade com a educação 4.0.
Gestão escolar na nuvem
A primeira tendência que iremos abordar envolve o Cloud Computing e o Big Data na gestão escolar. Segundo a Cisco Systems, multinacional de TI, todos os dados do mundo estarão em nuvem até 2021.
Com o Cloud Computing, as instituições estarão aptas a armazenar quaisquer tipos de dados, como trabalhos, provas, histórico de alunos, documentação de matrícula, etc., de forma otimizada e inteligente.
A computação em nuvem combinada ao Big Data fornece uma solução escalável e adaptável a um alto volume de dados e análise de negócios. Juntos, eles ainda permitem redução de custos com TI, licenças/manutenção de softwares e backup de dados, acessibilidade de qualquer lugar, mais segurança do que a maioria das redes corporativas, entre outras vantagens.
A instituição como um todo se beneficia com essa dupla, inclusive os professores, que podem passar a receber dados quantitativos e qualitativos de uma atividade realizada pelos seus alunos, por exemplo. Dessa forma, esses profissionais não só obtêm a média das notas, mas conseguem identificar as questões e assuntos de maior dificuldade e, assim, reformular o seu plano de ensino.
Foco na individualidade do aluno
A Escola do Futuro tem como objetivo principal proporcionar uma formação baseada nas escolhas e talentos individuais.
Para atender à essa necessidade, a metodologia STEAM, que é um acrônimo para Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática, já chegou ao Brasil. Febre nos EUA, o STEAM oferece uma proposta educacional baseada em desafios, ou seja, muita “mão na massa”, com prioridade para disciplinas de ciências exatas. A ideia é que o currículo escolar deixe de ser engessado e passe a considerar as demandas atuais da sociedade.
As atividades práticas estão ganhando cada vez mais espaço nas salas de aula. E a Robótica Educacional entra nesse contexto, com o objetivo de proporcionar o aprendizado de diversos conteúdos por meio de experimentações tecnológicas.
Nesse processo, entre real e digital, que alia tecnologia e programação, o aluno é o protagonista. E, assim, estimulado pela criatividade, o próprio estudante desenvolve estratégias para análise e a resolução de problemas.
“Hoje, muito se fala e muito se discute sobre as profissões do futuro, e existe uma grande incerteza sobre isso. Um dos pontos que é uma certeza é que vamos ter um volume enorme de dados e é preciso ensinar a criança a coletar e analisar esses dados. Aliado a isso, tem todo o universo maker, onde as crianças deixam de ser coadjuvantes e passam a ser protagonistas, construindo seus próprios dispositivos, computadores, e que enriquece o processo de aprendizagem, e de forma infinitamente mais divertida”.
Antônio Moraes
(Diretor de Educação da Microsoft Brasil)
Aprendizagem além do ambiente escolar tradicional
Julia Freeland Fisher, diretora de educação do Clayton Christensen Institute, uma entidade sem fins lucrativos que estuda a inovação em diversos setores, defende que o Ensino Híbrido, ou “blended learning”, será o futuro da educação.
“Ensino híbrido não é qualquer sala de aula que tenha tecnologia. As escolas estão usando o ensino on-line para possibilitar novas formas de tempo e espaço. Esses modelos permitem que os alunos se movam de forma mais flexível através do aprendizado, e que os professores tenham mais tempo para instruir grupos pequenos, mais direcionados”
Julia Freeland Fisher
(Diretora de educação do Clayton Christensen Institute)
Muito mais que apenas combinar ensino presencial com o tradicional EaD, a proposta é estabelecer dinâmicas onde os participantes cumpram as etapas do processo de aprendizagem em diferentes modelos de ensino ou trabalho.
Talvez o modelo mais conhecido seja o “flipped classroom”, ou sala de aula invertida, cuja proposta é otimizar o tempo em sala de aula com a presença do professor para prática guiada e realização de projetos. Já o conteúdo deve ser estudado em casa em um ambiente digital, antes da aula.
Outros modelos de blended learning podem ser utilizados de forma concomitante. Conheça as possibilidades superinteressantes.
Essa mistura de padrões de interação e trabalho com formatos on-line e off-line, que caracteriza o ensino híbrido, parte do pressuposto de que o processo de aprendizagem é contínuo e não deve ser limitado ao ambiente escolar, mas que momentos presenciais são importantes e devem ser utilizados da maneira certa. Tudo para proporcionar autonomia ao aluno e respeitar suas diferentes características de aprendizagem.
“Em poucos anos dificilmente teremos um curso totalmente presencial. Estamos caminhando para uma aproximação sem precedentes entre os cursos presenciais (cada vez mais semipresenciais) e os a distância. Os presenciais começam a ter disciplinas parcialmente a distância e outras totalmente a distância. Teremos inúmeras possibilidades de aprendizagem que combinarão o melhor do presencial (quando possível) com as facilidades do virtual.”
José Manuel Moran
Doutor em Comunicação pela USP
Preparar o terreno desde a primeira infância
Segundo a série documental School of the Future (A escola do futuro), disponível na Netflix, que contou com a participação de diversas referências em educação de universidades renomadas, o ambiente em que a criança é exposta desde os primeiros anos de vida é fator determinante para o seu desenvolvimento.
O documentário aborda duas áreas do cérebro que são responsáveis pela linguagem, chamadas de Broca e Wernicke (nomes dos cientistas que descobriram suas funções). A área de Wernicke é muito importante para a compreensão da linguagem e a área de Broca para a produção da linguagem.
O desenvolvimento dessas áreas está diretamente ligado ao quanto o indivíduo é exposto à linguagem, “não pela TV, mas por pessoas de verdade”.
“O grande benefício de ser uma criança é que seu cérebro é extraordinariamente plástico. É receptivo à mudança, de maneiras bem distintas e únicas. Isso é chamado de Neuroplasticidade, ou seja, mutabilidade do cérebro a partir de experiências”.
A escola do futuro
(Documentário NOVA/ Netflix)
Prova disso é o estudante Arthur Gonzalez Regueira, paulistano com 14 anos de idade, que já conquistou o seu certificado de proficiência na língua inglesa pela Universidade de Cambridge e foi assunto em algumas matérias veiculadas na mídia. Confira uma delas aqui.
Arthur iniciou os estudos usando a metodologia da YOU aos oito anos, por meio do colégio Anglo, em Santos/SP. Baudílio Regueira, pai do aluno, comenta a satisfação na escolha do modelo educacional para o filho: “A proposta do programa era de inserir o inglês no cotidiano de forma bem natural. Ele aprenderia como aprendeu o português, achamos essa metodologia interessante e decidimos tentar”.
O colégio Objetivo, em Campinas/ SP, é outra unidade que também oferece o nosso programa bilíngue aos seus alunos. Gabriela Nunes, diretora da escola, conta sobre os resultados obtidos desde a adoção dessa proposta: “Temos tido um ótimo retorno das famílias dos alunos porque oferecemos um programa bilíngue de qualidade dentro da escola regular, então os pais percebem que é muito melhor do que buscar inglês em outro curso fora daquele ambiente”.
Gabriela também se mostrou satisfeita com a evolução do corpo docente, além do treinamento e orientações recebidos pela equipe do programa: “Isso agrega muito para a experiência de quem dá aula. Nada é completamente engessado, os professores também sugerem, trazem ideias para as aulas, tudo de forma muito colaborativa dentro do programa”.
Confira o caso de uma escola inovadora no Vale do Silício baseada em engajamento e inspire-se na proposta educacional dessa instituição sediada no principal polo tecnológico do mundo.
“A escola do futuro vai envolver os jovens, vai sempre se aprimorar para atendê-los onde estiverem e levá-los onde precisam estar para terem sucesso na vida e realizarem seus sonhos”.
A escola do futuro
(Documentário NOVA/Netflix)
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Muito interessante o artigo, tema bastante importante no meio docente.
Olá Wanessa!
Que bom que gostou do nosso artigo 😉
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Show
Obrigada Ângela!
Ficamos felizes que tenha gostado do artigo 😃
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